Remédios da avó que funcionam
Sabemos que nem sempre é seguro usar mezinhas caseiras. A boa notícia é que a ciência confirma que algumas são mesmo eficazes.
São remédios caseiros que usam o poder de alguns produtos naturais.
Confira algumas dicas do tempo da nossa avó.
Remédios da avó
Urtigas Para as articulações
Antigamente usava-se a urtiga para tratar dores musculares e articulares. Como? Pondo a própria folha sobre a zona do corpo afetada.
E funciona? Á partida, parece que esfregar urtigas nas pernas seria o pior que alguém se poderia lembrar, tendo em conta que elas são bem conhecidas por deixarem aflitos de comichão os distraídos que nelas se rocem ao passear no campo.
Apesar disso, investigadores britânicos da Universidade de Plymouth conseguiram arranjar cobaias para esta pesquisa e concluíram que a rigidez associada ao reumatismo era significativamente diminuída com esta fricção.
Parece que em áreas sem dor os químicos da urtiga provocam dor intensa, mas em áreas doridas têm o efeito inverso. Os investigadores creem que isto acontece por bloqueio dos mecanismos que transmitem os sinais de dor. A boa notícia é que tomar comprimidos ou chá de urtigas também pode ajudar.
Alho para tratar verrugas
As verrugas resultam da presença de uma forma benigna do papilomavírus humano (HPV) na pele. São relativamente comuns e pouco perigosas, apesar de muito contagiosas.
Geralmente desaparecem espontaneamente ao fim de um ou dois anos, mas, tendo em conta que são bastante feias, é legítimo querermos ver-nos livres delas mais cedo.
A via médica consiste na sua eliminação através de cirurgia, laser, crioterapia ou outros métodos, mas há um remédio natural antigo, que consiste em esfregar as verrugas com alho cru duas ou três vezes por dia. Em duas semanas, sensivelmente, as verrugas diminuem a olhos vistos.
E funciona? As virtudes antibacterianas e antivirais do alho são conhecidas. Produz um fitoquímico, a alicina, que é um poderoso antioxidante com capacidade de inibir a ação de alguns vírus, como o do HPV associado a este problema.
Há, pelo menos, um estudo publicado no “Internacional Journal of Dermatology”, em 2005, a confirmar a eficácia do extrato lipossolúvel de alho sobre as verrugas. Usar esta mezinha requer alguns cuidados: convém certificar-se de que o alho cru não contacta a pele em redor da verruga pois há risco de irritação. O ideal é proteger a pele em volta com pensos ou cobri-la com vaselina.
Tomar Bicarbonato de sódio para a azia
Antes de aparecerem os antiácidos em comprimidos, as nossas avós usavam o bicarbonato de sódio para combater a azia. Uma colher de café num copo de água era o antiácido caseiro antigamente.
E funciona? Sim, não é por acaso que alguns antiácidos contêm bicarbonato de sódio na composição. O pH neutro ( próximo de 7) do bicarbonato ajuda a combater a acidez na origem da azia.
O Dr. Oz confirma e recomenda o bicarbonato para o refluxo gástrico devido à sua capacidade de neutralizar os ácidos do estômago. Preocupação: por ter alto teor de sódio, o bicarbonato é contraindicado a quem sofra de hipertensão. E deve ser usado com parcimónia, já que em excesso poderá acabar por afetar o equilíbrio ácido básico do sangue, lembra o Dr. Oz.
Emplastro de couve para tratar entorses
Para ajudar a tratar a inflamação decorrente de entorses e contusões aplica-se normalmente gelo, mas há uma mezinha antiga que consiste em aplicar depois, durante a noite, uma cataplasma de folhas de couve.
Numa versão antiga, passam-se as folhas com o ferro de engomar ou amolecem-se ao vapor, uma forma de facilitar a libertação das suas propriedades sobre a pele. Aplica-se em contusões, cortes e feridas e também nas dores de artrite.
E funciona? Apesar de não haver estudos específicos sobre as cataplasmas de couve, sabe-se que este vegetal, como outras crucíferas, produz compostos derivados do enxofre, como o sulfurafano, um fitoquímico alvo de dezenas de pesquisas pelas suas propriedades regenerativas, anti-inflamatórias e anticancerígenas.
Canja de galinha para constipação
À partida, diríamos que este é daqueles caso sem que conta mais o conforto dado pela atenção de alguém que nos trás uma canjinha à cama do que propriamente as propriedades deste caldo gorduroso com carne e massa ou arroz. Mas a verdade é que a tradição popular da canja para ajudar na convalescença de gripes e constipações se mantém.
E funciona? Parece que sim. Num estudo feito na clínica Monte Sinai, em Miami, em 2000, compararam-se os efeitos da canja, água quente e água fria sobre a constipação. Veredicto: a canja tinha um efeito descongestionante muito superior quando se tratava de dar cabo muco nasal.
Parece também ter capacidade de conseguir abrandar a atividade de alguns glóbulos brancos que são os responsáveis pelos sintomas da constipação. Pelos menos foi o que sugeriu outro estudo feito pela Universidade do Nebrasca. Apesar de serem ainda pouco conclusivos, parece inegável que, no mínimo, a canja ajuda a hidratar o organismo e fornece proteínas que ajudam o corpo a restabelecer-se.
Cataplasma de Argila Verde para a garganta
É antigo o uso da argila verde como tratamento natural, sobretudo devido à sua grande capacidade de absorção de toxinas. Para a dor de garganta, aplica-se sobre a pele uma camada grossa de uma pasta de partes iguais de argila verde e água, deixando ficar durante a noite e repetindo as vezes necessárias.
Durante o dia torna-se oralmente, uma colher de café de argila diluída num pouco de água ou, mais recentemente, em forma de cápsulas (encontram-se em lojas de produtos naturais). O mesmo procedimento vale para as dores musculares e articulares.
E funciona? A crer em várias pesquisas, a argila tem grandes capacidades de absorção de toxinas. Algumas variedades têm ainda propriedades antibacterianas assinaláveis.
Por exemplo, refere as propriedades terapêuticas da argila verde francesa, aplicada sobre o abdómen, na úlcera de Buruli, um tipo de úlcera causada por uma bactéria que provoca a necrose dos tecidos. Outro estudo, publicado no “ Journal of Animal Science” em 20122, vereifcou que a ingestão da argila tinha um efeito positivo em porcos infetados com a conhecida bactéria e coli.